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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Trabalho realizado na disciplina EJA. Pedagogia/URCAMP/ BAGÉ.

              

Bagé, dezembro de 2009.

UNIVERSIDADE DA REGIÃO DA CAMPANHA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E ARTES
CURSO DE PEDAGOGIA
                                    
                                    
    TRABALHO DE EJA  COMPONEMTES:
Ana Cristina Silveira
            Daiana de Oliveira Godinho
     Rita Teresinha Teixeira
Rosemari Barcellos
                                                          Semíramis Corrêa
                                                          Silvane Batista
                                                        JUSTIFICATIVA

Este trabalho justifica-se pela necessidade de ampliar o conhecimento interdisciplinar teórico e prático através do desenvolvimento de atividades respaldadas com métodos utilizados por Paulo Freire e Lev Vygotsky que compartilham de algumas idéias referentes a importancia da interação social-histórico-cultural e o diálogo especificamente o primeiro, Freire faz uma abordagem da Educação de Jovens e Adultos e o segundo enfoca o desenvolvimento na infância e a importância e a importância da  relação professor aluno no processo da aprendizagem.
                                            OBJETIVO GERAL

Apresentar as principais idéias de aproximações  e afastamento destes teoricos, na alfabetizaçao de Crianças e Jovens e Adultos.


                                                          INTRODUÇÃO

            Partindo dos estudos de referenciais teóricos, de Paulo Freire e Vygotsky no presente trabalho abordaremos a utilização de seus métodos pedagógicos em relação á educação de Jovens e Adultos, como suas teorias abrangendo seus principais pontos de vista dando ênfase as suas concordâncias na educação.  Será realizado o exemplo do planejamento de uma aula prática na intenção de tornar esclarecedor seus conceitos e métodos em uma vivência real de turmas de EJA.
            Paulo Reglus Neves Freire. Paulo Freire nasceu em Recife no dia 19 de setembro de 1920, filho de Joaquim Temístocles Freire e Edeltrudes Neves Freire, aprendeu a ler e a escrever com sua mãe e, com gravetos retirados das mangueiras escrevia no chão do quintal de sua casa. Com 10 anos foi morar em Jaboatão dos Guararapes e foi lá que, após a morte de seu pai experimentou as primeiras dificuldades da pobreza. Em Recife, completou os estudos secundários e, aos 22 anos, ingressou na faculdade de direito, onde se formou, porem não chegou a exercer a profissão. Entre 1941/1947, foi professor de português e diretor do setor de educação e cultura do SESI, onde teve seu primeiro contato com a educação de trabalhadores. Em 1944, casou-se com professora primária, teve cinco filhos. A primeira experiência de alfabetização aconteceu em 1942, no Rio Grande do Norte, oportunidade em que trabalhadores se alfabetizaram em 45 dias. Desde então, seu método de alfabetização ficou conhecido em todo o mundo. Vygotsky ensador importante em sua área, foi pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida. Veio a ser descoberto pelos meios acadêmicos ocidentais muitos anos após a sua morte, que ocorreu em 1934, por tuberculose, aos 37 anos. Filho de uma próspera família judia, formou-se em Direito pela Universidade de Moscovo em 1918. Durante o seu período acadêmico estudou simultaneamente Literatura e História na Universidade Popular de Shanyavskii. No ano de seu bacharelado em Direito (1918), retornou para Gomel, onde havia anteriormente leccionado

Seis anos mais tarde, aos 28 anos de idade, desposou Rosa Smekhova, com quem teve duas filhas. Apesar de sua formação em Direito, destacou-se à época por suas críticas literárias e análises do significado histórico e psicológico das obras de Arte, trabalhos que posteriormente foram incorporados no livro "Psicologia da Arte", escrito entre 1924 e 1926, incluindo naturalmente a tese de doutorado sobre Psicologia da Arte, que defendeu em 1925. O seu interesse pela Psicologia levou-o a uma leitura crítica de toda produção teórica de sua época, nomeadamente as teorias da "Gestalt", da Psicanálise e o "Behaviorismo", além das ideias do educador suíço Jean Piaget. Tendo vivido a Revolução Russa de 1917, bem como estudado as obras de Karl Marx e Friedrich Engels, a partir das proposições teóricas do materialismo histórico propôs a reorganização da Psicologia, antevendo a tendência de unificação das Ciências Humanas no que denominou como "psicologia cultural-histórica".

                                        REFERENCIAL TEORICO


Concepção e caracterização dos alfabetizandos

A concepção e alfabetização como um ato de conhecimento e um ato criativo leva Freire e Vygotsky a caracterizar os sujeitos envolvidos neste processo como sujeitos cognoscentes e ativos que caminham em busca do conhecimento através das relações pedagógicas que são relações sócio-culturais. Logo ambos consideram os sujeitos como cognoscentes que são sujeitos capazes de pensar, criar, produzir, reconstruir e construir novos conhecimentos.
Apontam as influenciam sócio-culturais sobre a capacidade cognitiva do sujeito. Tomam como elemento de reflexão para analisá-la a capacidade que os sujeitos têm de aprender e se desenvolver a capacidade de trabalho, as suas relações de produção, a capacidade que possuem de parti-la dessas relações culturais transformarem a natureza em cultura.
Freire defende que a criatividade e as finalidades que se acham entre as relações e o mundo, implicam que estas relações se dão no espaço que não é apenas físico, mas histórico e cultural. Vygotsky, diz que o desenvolvimento das funções superiores ou da inteligência cultural do homem não é tão somente uma evolução biológica e fisiológica, mas histórica e cultural. Vygotsky diz que o desenvolvimento das funções superiores ou da inteligência cultural do homem não é tão somente uma evolução biológica e fisiológica, mas histórica e cultural.


Concepção de alfabetização e seu processo de desenvolvimento


Freire e Vygotsky entendem que alfabetização não é um ato de memorização mecânica das sentenças, das palavras, das silabas, desvinculados de um universo existencial – coisas prontas ou semimortas, mas uma atividade de criação e recriação.
Nesse sentido concebem a alfabetização como ato de conhecimento, como ato criador tendo como objeto central de estudo a linguagem.
Os dois atribuem linguagem um estatuto fundamental, um papel preponderante no processo de alfabetização no projeto dos sujeitos; Dá uma atenção modal a linguagem verbal – a palavra como categoria central como estudos e pesquisa.
Considera a palavra como signo por excelência, responsável pelo desenvolvimento cultural dos sujeitos. A palavra é o símbolo cultural de mediação fundamental responsável pela transformação das funções naturais de inteligência do sujeito para as funções superiores do sujeito.
Para “ambos, “a leitura e a escrita ao ser “interpretado”, construído” e internalizado” pelos sujeitos só se consolidam como um ato cognoscente, mas também engendram outros processos cognoscentes e interventivos. Mostram que a “apropriação” da linguagem escrita é o resultado da relação entre o desenvolvimento da linguagem verbal, do pensamento e da representação da realidade.


Estudo particular do problema da Educação de Adultos

O adulto é o membro da sociedade ao qual cabe a produção social, a direção da sociedade e a produção da espécie. O adulto é o homem na fase mais rica de sua existência, mais plena de possibilidades, no qual melhor se verifica seu caráter de trabalhador. O adulto é, por conseguinte um trabalhador trabalhado. Por um lado, só pode fazê-lo nas condições oferecidas pela sociedade onde se encontra que determina as possibilidades e circunstâncias materiais, econômicas, culturais de seu trabalho, ou seja, que neste sentido trabalha sobre ele.
O segundo aspecto não significa passividade, não significa que o homem adulto seja “nosso objeto” da vontade social geral, difusa, impessoal. Porque essa vontade é uma soma de liberdades ( de vontades livres) entre as quais se conta a do próprio trabalhador ativo, sobre o qual atua, de retorno, a vontade geral.
A participação cada vez mais ativa das massas- incluindo grande número de analfabetos-, no processo político de uma sociedade, expande a consciência do trabalhador e lhe ensina por que e como- ainda que analfabeto- deve caber a ele uma participação mais ativa na vontade geral. Nesse sentido, sua situação de analfabeto ou semi- analfabeto não representa um obstáculo á consciência de seu papel (seu dever) social. Estes são indivíduos que exercem importante papel como representantes da consciência comum em sua sociedade, chegando até a serem líderes de movimentos sociais.
Por isso na medida em que a sociedade vai se desenvolvendo, a necessidade
da educação dos adultos torna imperiosa. É porque em verdade eles já estão atuando como educados, apenas não em forma alfabetizada, escolarizada. O educador tem de considerar o educando (jovens e adultos) como ser pensante. É um portador de idéias, dotado freqüentemente de alta capacidade intelectual, que se revela espontaneamente em sua conversação, em sua crítica aos fatos, em sua literatura oral. O analfabeto se sente inferiorizado e seu comportamento se torna retraído. Mas, se o educador possui uma consciência verdadeiramente critica, que não pretende se sobrepuser ao educando adulto, e sim se identifica com ele e utiliza um método adequado ( em essência catártico), o analfabeto revela u,ma capacidade de apreensão e

uma agudeza de vistas que o equiparam á média dos indivíduos de sua idade em melhores condições.
A educação de adultos visa a atuar sobre as massas para que estas, pela elevação de seu padrão de cultura, produzam representantes mais capacitados para influir socialmente. O que compete ao educador é praticar um método crítico de educação de adultos que dê ao aluno a oportunidade de alcançar a consciência crítica instruída de si e de seu mundo. Nestas condições ele descobrirá as causas de seu atraso cultural e material e as exprimirá segundo o grau de consciência máxima possível em sua situação, que aquela que lhe é permitida por sua própria reflexão.
É evidente que necessita aprender os elementos básicos do saber letrado, as primeiras letras, a escrita, os rudimentos da matemática, mas este saber, ainda que fundamental e indispensável só vale por seu significado instrumental, por aquilo que possibilita o educando para chegar, a saber. É o saber para chegar ao saber, para mais saber. Por conseqüência, é preciso que a sociedade tenha preparado todo o elenco de oportunidades de saber para ser adquirida pelo alfabetizando depois de terminada sua alfabetização, ao ensinar as primeiras letras ao adulto, a sociedade estará abrindo as portas para suas exigências educacionais futuras, mas unicamente assim adquire sentido o intento atual da educação de adultos.


As características principais e fundamentais que devem satisfazer o método de alfabetização de adultos.

Deve ser tal que desperte no adulto a consciência da necessidade de instruir- se e de alfabetizar- se. Desperta nele a consciência crítica de sua realidade total como ser humano, o faz compreender o mundo onde vive seu país- com as peculiaridades da etapa histórica na qual se encontra- sua região, desperta nele a noção clara de sua participação na sociedade pelo trabalho que executa, dos direitos que possui e dos deveres para com seus iguais.
Deve partir dos elementos que compõem a realidade autêntica do educando, seu mundo de trabalho, suas relações sociais, suas crenças, valores, gostos artísticos, gíria, etc.. Assim, por exemplo, a aprendizagem dos elementos originais da leitura tem que partir de palavras motivadoras que são aquelas dotadas de conteúdo semântico imediatamente percebido pelo aluno, que se destacam como expressão de sua relação direta e contínua com a realidade na qual vive. As próprias palavras motivadoras pelas quais inicia a aprendizagem da leitura e da escrita não podem ser determinadas pelo educador, mas devem ser proporcionadas- mediante uma técnica pedagógica especial, pelo próprio alfabetizador.

                                     CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Durante a realização dos estudos notamos que apesar da grande diferença temporal da elaboração de suas teorias educacionais Freire e Vygotsky possuem inúmeros pontos semelhantes e complementares relacionados ao analfabetismo tanto de crianças como do sujeito também na vida adulta.
            Ambos colocaram em prática seus métodos de forma eficiente elaborados com alguns pontos de vista em comum, porém adequando a faixa etária de cada grupo escolar (crianças e adultos).
            Vygotsky refere-se ao sujeito como um ser capaz de realizar o aprendizado conforme sua evolução histórica, o ser age sobre o mundo, em suas relações sociais com objetivo de constituir um funcionamento da sua subjetividade;
            Freire apresenta uma metodologia voltada para a EJA, onde o principal objetivo é estimular os sujeitos a produção de uma ideologia revolucionária, estimulando-os a obterem condições de aprender a ler e escrever como forma de libertação e conscientização.
         Como já citamos é na educação de jovens e adultos, compete ao educador é um método crítico de educação que de aos aluno a oportunidade de alcançar a consciência instruída de si e de seu mundo.


 PROJETO DE TRABALHO

JUSTIFICATIVA

Este trabalho justifica-se pela necessidade de ampliar o conhecimento interdisciplinar teórico e prático, através do desenvolvimento de atividades respaldadas com métodos utilizados por Paulo Freire e Lev Vygotsky, que compartilham de algumas idéias referentes à importância da interação social-histórico-cultural, diálogo e afetividade especificamente o primeiro Freire faz uma abordagem da educação de jovens e adultos e o segundo enfoca o desenvolvimento infantil.

                                       OBJETIVO GERAL

Promover um ambiente favorável para o desenvolvimento de práticas alfabetizadoras, propiciando condições e meios adequados para o êxito na construção de jovens e adultos.

                           OBJETIVOS ESPECÍFICOS

·        Mediar atividades que favoreçam a alfabetização;
·        Criar situações problema do cotidiano que estimulem o raciocínio matemático.
                         
                                                               METODOLOGIA

A sala de aula será dividida em três grupos com quatro componentes.
           Partindo do conhecimento prévio dos alunos será determinado um valor e itens essenciais para uma cesta básica.
Cada grupo virá receber encartes de supermercado e orientados a formar sua respectiva cesta.
Após os grupos irão apresentar seus trabalhos ao restante dos colegas e em coletivo será feito uma analise dos mesmos e escolhido um dos itens que seja em comum em todas as cestas básicas.
                             
                                                       RECURSOS

·        Encartes de supermercados;
·        Papel;
·        Cola;
·        Tesoura;
·        Canetas;


                                                            Bibliografia

  Bock, Ana Mercês Bahia        
 Furtado, Adair
 Teixeira, Maria de Lourdes Trassi
 Psicologias, Uma introdução ao estudo de Psicologia
Editora Saraiva- 13° Edição reformulada e ampliada- 1999
4° tiragem- 2001


Freire, Ferreiro e Vygostsky contribuições:
 A prática Pedagógica dos Alfabetizadores de jovens e adultos:
  Editora UFAL – Maceió- 1999

Freire, Paulo
Pedagogia da autonomia: saberes necessários á prática educativa/
Paulo Freire.-São Paulo: Pás e Terra, 1996 (coleção Leitura)


Borges, Liana
Ler o mundo para a palavra: Alfabetização em Paulo Freire.
Professora DA REDE PÚBLICA DE Porto Alegre. Mestre em Educação- PUC/RS. Coordenou a EJA e o MOVA de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul.

Pinto, Álvaro Vieira. Sete Lições sobre educação de adultos.
São Paulo: Cortez, 2001


Disponível em:


Trabalho realizado durante o curso de Pedagogia/URCAMP/ bAGÉ. 
Bjãooo a todos blogueiros e simpatizantes!! 


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